Morre Pepe Mujica, símbolo da esquerda latino-americana, aos 89 anos
O ex-presidente do Uruguai, José “Pepe” Mujica, faleceu nesta terça-feira (13) aos 89 anos em sua chácara nos arredores de Montevidéu. Desde abril de 2024, Mujica enfrentava um câncer no esôfago, que se espalhou para o fígado. Em janeiro deste ano, ele optou por interromper tratamentos agressivos e seguir com cuidados paliativos. Ex-guerrilheiro tupamaro, Mujica ou quase 14 anos preso durante a ditadura militar uruguaia. Após ser anistiado em 1985, iniciou uma trajetória política marcada por coerência, simplicidade e compromisso com a justiça social. Filiado à Frente Ampla, foi deputado, senador e ministro da Pecuária, Agricultura e Pesca, antes de ser eleito presidente do país em 2010. Seu governo ficou marcado por reformas progressistas, como a legalização da maconha, do aborto e do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Mujica também ficou conhecido por seu estilo de vida austero. Morava em uma pequena chácara nos arredores de Montevidéu, dirigia um Fusca azul e doava grande parte de seu salário como presidente. Tornou-se símbolo mundial de humildade e ética na política. A notícia de sua morte gerou comoção internacional. O atual presidente do Uruguai, Yamandú Orsi, lamentou profundamente a perda. Líderes como Luiz Inácio Lula da Silva, Gustavo Petro, Claudia Sheinbaum e Evo Morales prestaram homenagens, destacando sua humanidade, coragem e legado. Lula afirmou que Mujica "mostrou que luta política e doçura podem andar juntas". Artistas e intelectuais também celebraram sua memória. Joaquín Sabina, Joan Manuel Serrat e Silvio Rodríguez, que já haviam homenageado Mujica em vida, destacaram seu impacto não apenas na política, mas também na cultura latino-americana. Pepe Mujica deixa uma trajetória marcada por coerência, generosidade e luta por um mundo mais justo. Sua vida e legado seguirão inspirando gerações.