Moradores de Rio do Pires, no sudoeste da Bahia, protestaram na última quarta-feira (4) contra o fechamento da única agência bancária do município, pertencente ao Bradesco. A medida, prevista para ocorrer ainda em junho, preocupa a população, especialmente por coincidir com o período das festas de São João, quando há maior circulação de dinheiro na cidade e o comércio local se fortalece. O encerramento das atividades da agência faz parte de um plano nacional de reestruturação do banco, que prevê o fechamento de diversas unidades em todo o Brasil. A justificativa apresentada pela instituição financeira está baseada na digitalização dos serviços e na necessidade de reduzir custos operacionais. No entanto, para os moradores, a medida traz impactos diretos e imediatos, sobretudo para aqueles que não têm familiaridade com o uso de tecnologias. Com o fechamento, a população de Rio do Pires terá que se deslocar cerca de 50 quilômetros até Paramirim para realizar operações bancárias simples, como saques, transferências e pagamentos. A mudança afeta principalmente os idosos, pessoas com mobilidade reduzida e moradores da zona rural, que encontram dificuldades para ar aplicativos e canais digitais. Maria Aparecida Santos, comerciante do centro da cidade, demonstrou indignação com a decisão e relatou que muitos aposentados dependem do atendimento presencial. Já o agricultor José Oliveira, morador da zona rural, teme ficar sem o a serviços básicos, pois não utiliza celular com internet e encontra obstáculos até mesmo para se deslocar até a sede do município. A questão foi debatida em audiência pública na Câmara de Vereadores de Rio do Pires e mobilizou o Sindicato dos Bancários da Bahia, que alerta para o impacto social do encerramento das atividades da agência. O Procon-BA acompanha o caso de perto e estuda acionar o Ministério Público do Estado para garantir que a população tenha o aos serviços bancários essenciais, mesmo diante das mudanças promovidas pela instituição financeira.